Fernando Santos enfrenta nova demissão sem vitórias

A carreira de Fernando Santos vive um dos momentos mais difíceis desde a histórica conquista da Eurocopa de 2016. Aos 70 anos, o técnico português encerrou mais uma passagem sem sucesso, sendo demitido da seleção do Azerbaijão após uma sequência de resultados negativos.

Desde que deixou o comando de Portugal no fim de 2022, Fernando empilhou trabalhos curtos e contestados, com passagens frustrantes por Polônia, Turquia e, agora, Azerbaijão, onde não conseguiu vencer sequer uma partida.

Passagem apagada pela seleção do Azerbaijão

Fernando Santos foi contratado para comandar o Azerbaijão em junho de 2024, com a missão de reorganizar o time e buscar competitividade internacional. Contudo, seu trabalho no cargo não rendeu os frutos esperados. Em 11 jogos, a seleção não venceu nenhuma vez, acumulando derrotas marcantes, como o 3 a 0 diante do Haiti e, principalmente, a goleada por 5 a 0 contra a Islândia — este último resultado acabou sendo decisivo para sua saída.

Os números refletem uma fase turbulenta do treinador. Além da ausência de triunfos, as seguidas atuações desorganizadas, a fragilidade defensiva e a falta de identidade em campo aumentaram a pressão sobre o comandante, levando à sua demissão poucos meses após a chegada.

Queda após o ciclo com Portugal

A derrocada do treinador português começou após sua saída da seleção nacional. Mesmo com o título da Euro em 2016 e uma Liga das Nações conquistada em 2019, Fernando Santos saiu em baixa após a eliminação para o Marrocos nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar. A decisão de barrar Cristiano Ronaldo no mata-mata gerou controvérsia e desgaste interno, contribuindo para sua demissão ao fim do torneio.

Apesar de bons momentos durante aquela campanha — como a goleada por 6 a 1 contra a Suíça nas oitavas — a falta de consistência nos jogos grandes voltou a ser um ponto crítico no desempenho do treinador.

Etapas mal-sucedidas após a seleção lusa

Logo após encerrar sua trajetória em Portugal, Fernando assumiu o comando da seleção da Polônia em 2023. Contando com nomes de peso como Robert Lewandowski, os poloneses buscavam garantir vaga direta na Eurocopa. No entanto, o desempenho decepcionante em apenas seis jogos culminou em sua demissão, num momento em que a equipe ainda tinha chances remotas de classificação direta.

A federação polonesa optou por uma mudança rápida, que acabou gerando frutos: a vaga na Euro foi conquistada posteriormente na repescagem, já sem o comando de Santos. A curta estadia reforçou a ideia de um treinador cada vez mais distante dos melhores momentos de sua carreira.

Breve passagem pelo Besiktas e nova frustração

Na sequência, o técnico português foi anunciado como novo comandante do Besiktas, tradicional clube da Turquia. A esperança de reabilitação durou pouco. Menos de três meses após sua chegada, uma série de cinco partidas sem vitórias foi o suficiente para que a diretoria optasse por uma ruptura.

Apesar do curto tempo, a tendência de más atuações, falta de criatividade ofensiva e perda de controle no vestiário se mantiveram como marcas da passagem de Fernando. Assim, a rápida demissão se somou à coleção de experiências negativas acumuladas desde 2022.

Um campeão em busca de reconstrução

Fernando Santos, que há poucos anos levantou o maior troféu da história da seleção portuguesa, hoje busca uma reabilitação difícil. A série de trabalhos encerrados precocemente revela uma trajetória em declínio, pouco comum para técnicos com currículo vencedor na elite do futebol europeu.

Mesmo com seu legado consolidado por conquistas históricas, o técnico de 70 anos enfrenta agora o desafio de reencontrar o rumo em meio a um cenário de desconfiança generalizada. Resta saber se haverá mais uma oportunidade no horizonte para um nome que marcou o esporte em seu país, mas que vive um momento de incerteza profunda.