Carlo Ancelotti será, oficialmente, o novo técnico da Seleção Brasileira a partir do dia 26. O experiente treinador italiano confirmou a data em entrevista, encerrando assim seu ciclo vitorioso no Real Madrid. A sua chegada marca um momento histórico para o futebol do país após décadas sem um estrangeiro no comando.
O último técnico de outra nacionalidade a liderar a Canarinho foi o argentino Filpo Núñez, há 60 anos. A escolha por Ancelotti desperta grande expectativa dentro e fora do Brasil, pela sua trajetória recheada de títulos e pela forte relação com atletas brasileiros ao longo da carreira.
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O legado de Ancelotti antes da Seleção
Com passagens marcantes por clubes como Milan, Chelsea, PSG, Bayern de Munique e Real Madrid, Ancelotti carrega um currículo com múltiplas conquistas: foram quatro títulos da Liga dos Campeões da UEFA (sendo dois por Milan e dois pelo Real Madrid), campeonatos nacionais em cinco países diferentes e diversas Copas nacionais.
Mais do que as taças, Ancelotti é conhecido por sua gestão humana e pela capacidade de adaptar seus estilos táticos às características dos jogadores. No Real Madrid, por exemplo, construiu esquemas ofensivos flexíveis que favoreciam atletas criativos, especialmente os brasileiros.
Relação consolidada com atletas brasileiros
O técnico italiano mantém uma longa e bem-sucedida história com jogadores brasileiros. Kaká teve grande destaque sob seu comando no Milan entre 2003 e 2009, sendo eleito melhor do mundo em 2007. Posteriormente, Ancelotti voltou a contar com talento brasileiro no Real Madrid, ao treinar nomes como Marcelo, Casemiro e, mais recentemente, Vini Jr., que viveu sua melhor fase sob sua liderança.
Além de Vinicius, outros brasileiros como Éder Militão e Rodrygo também ganharam protagonismo com Ancelotti. Essa proximidade pode facilitar a transição para a Seleção Brasileira, que hoje conta com diversos atletas que já foram comandados pelo treinador italiano ou que se encaixam no estilo de jogo que ele costuma aplicar.
Experiência estrangeira no comando do Brasil
A história do Brasil com técnicos estrangeiros é curta, mas existe. Filpo Núñez, argentino, foi o único a comandar a Seleção em uma partida, em 1965, quando o Palmeiras representou o Brasil num amistoso contra o Uruguai. Isso mostra que a escolha por Ancelotti quebra um tabu de décadas e representa um novo olhar da CBF sobre metodologias internacionais de comando.
Outros nomes chegaram a ser cogitados ao longo da história, mas nunca houve uma aposta efetiva em nomes de fora. A chegada de Ancelotti pode abrir caminhos para novas perspectivas na formação e gestão de elenco, com foco em desempenho, tática e multiculturalismo.
Possíveis impactos táticos na Seleção
Ancelotti tem como marca a versatilidade tática. Embora já tenha utilizado diversas formações durante sua carreira, seus times geralmente combinam consistência defensiva com liberdade criativa no ataque. A Seleção Brasileira, que conta com atacantes rápidos e talentosos, como Vini Jr., Rodrygo e Martinelli, pode se beneficiar de um sistema que valorize transições rápidas e tabelas curtas.
Além disso, Ancelotti costuma extrair o máximo de volantes técnicos, como fez com Casemiro e Kroos no Real. No Brasil, essa função pode cair bem para jogadores como Bruno Guimarães ou André, promovendo equilíbrio entre defesa e posse. Espera-se também um retorno ao papel de protagonismo de um meia central armador, função menos evidenciada nas últimas convocações.
A depender do elenco disponível e do adversário, o técnico pode optar por adaptar seus esquemas clássicos, como o 4-4-2 losango ou o 4-3-3 leve, buscando um meio de campo eficiente e sólido, com liberdade para os pontas explorarem as defesas rivais.
Expectativas e próximos passos
A estreia oficial de Ancelotti acontece em meio a grande expectativa da torcida e da imprensa. A mudança de comando, com um estrangeiro no posto mais importante da Seleção, levanta dúvidas e entusiasmos em igual medida. Sua experiência, aliada ao conhecimento profundo de atletas brasileiros, pode transformar o desempenho do time dentro de campo.
Com o ciclo da Copa do Mundo em andamento e a Copa América no horizonte, cada movimento partir de agora será cuidadosamente analisado. Ancelotti chega não apenas como um nome de peso, mas como um símbolo de transformação profunda no modelo de gerir a Seleção Brasileira.
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