A seleção brasileira volta a campo nesta quinta-feira (4) para enfrentar o Chile, no Maracanã, em mais um teste voltado à Copa do Mundo de 2026. Com a classificação já assegurada, Carlo Ancelotti aproveita as últimas rodadas das Eliminatórias Sul-Americanas para avaliar jogadores e experimentar alternativas táticas.
Diante da equipe chilena, lanterna da competição e já eliminada, a atenção se volta para o aproveitamento de novos nomes e a possível redefinição de funções no esquema ofensivo brasileiro.
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A proposta de Ancelotti com quatro atacantes
No confronto contra o Paraguai, Ancelotti optou por escalar a seleção com quatro atacantes, estratégia que será repetida diante do Chile. A ideia do técnico italiano é tornar o setor ofensivo mais dinâmico e envolvente, encontrando novas combinações e testando a polivalência de peças ofensivas.
Apesar do desequilíbrio que uma formação mais agressiva pode ocasionar, especialmente na recomposição defensiva, em jogos como este — onde o adversário tem poucas pretensões — Ancelotti vê espaço para arriscar sem comprometer resultados. A busca agora é por sincronia entre jogadores que tradicionalmente atuam mais centralizados, deslocando-os para funções laterais e combinativas.
Além disso, a manutenção de um meio-campo sólido, mesmo com mais opções ofensivas, exigirá melhor leitura tática dos atletas, com destaque para volantes que saibam ocupar espaços e reiniciar jogadas rapidamente.
A chance para nomes em observação
Diante de um Chile em má fase nas Eliminatórias, o jogo se apresenta como oportunidade ideal para observação de atletas que buscam consolidar espaço no grupo. Em campo, devem figurar jogadores em fase ascendente em seus clubes, mas ainda em teste no cenário da seleção.
Essa é a etapa em que Ancelotti pode avaliar:
- Adaptação tática individualdentro do seu projeto de jogo;
- Maturidade em decisões rápidas, especialmente nos momentos de transição;
- Entrosamento com os titulares consolidados, fator crucial em confrontos maiores;
- Criatividade na ausência de nomes como Neymar, ainda fora por lesão.
Com maior autonomia, jovens atletas e nomes alternativos terão a missão de convencer o treinador com movimentação, entendimento do jogo e execução de jogadas fora do roteiro tradicional.
Teste de alternativas para futuro sem Neymar
Com Neymar em recuperação de uma grave lesão e sem prazo garantido de retorno em alto nível, a seleção precisa aprender a funcionar sem depender exclusivamente do camisa 10. Ancelotti, ciente disso, começa a distribuir responsabilidades ofensivas entre outros nomes.
Sabendo das características únicas de Neymar — como visão de jogo e capacidade de decidir — é impossível buscar uma réplica. Porém, é possível construir um modelo mais coletivo, onde as jogadas passam mais por conexões funcionais do que por centralização em um só atleta.
O jogo contra o Chile ajuda a mostrar até que ponto jogadores como Rodrygo, Vini Jr., Martinelli, e outros nomes ofensivos conseguem dividir esse protagonismo. Esse processo é fundamental na preparação para um ciclo de Copa que pode não contar — integralmente — com Neymar.
Chile: adversário frágil, mas não irrelevante
Ainda que seja o último colocado, o Chile representa uma chance de confronto internacional, ideal para simular situações de tensão controlada. O time chileno, inclusive, pode adotar uma postura mais agressiva para tentar encerrar sua participação com dignidade, impondo ao Brasil uma resistência interessante do ponto de vista tático.
A principal missão da comissão técnica é analisar o comportamento da seleção contra linhas defensivas mais fechadas e, ao mesmo tempo, entender se os sistemas de pressão e reação funcionam com os jogadores em observação.
Mesmo enfrentando um adversário sem chances na classificação, é nesse tipo de jogo que se testam soluções para situações futuras — desde aprimoramento em bolas paradas até movimentações sem bola que abrem espaço para finalizações.
Comportamento coletivo e leitura de jogo
Mais do que o desempenho individual, Ancelotti quer estudar o comportamento coletivo da equipe brasileira. A forma como os jogadores se organizam, se comunicam e interpretam a dinâmica da partida é um dos grandes indicadores para a formação de um grupo coeso no ciclo até 2026.
Saber aproveitar jogos de menor pressão para consolidar padrões de atuação pode ser uma das chaves para criar uma seleção confiável, tanto em desempenho quanto em resultados. Resta acompanhar como o grupo responde à proposta do técnico — com qualidade, intensidade e inteligência coletiva — mesmo sem peso no placar.
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