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A nova oferta da Mubadala à Libra: uma análise detalhada

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A Mubadala, um fundo de investimentos dos Emirados Árabes, fez uma nova oferta à Libra, propondo pagar R$ 4 bilhões mesmo sem a adesão de todos os clubes. A proposta, que foi discutida em uma reunião realizada em São Paulo, tem como objetivo esvaziar o Forte Futebol e garantir a adesão de pelo menos 18 clubes, incluindo sete dos dez maiores. Este artigo analisa essa proposta em detalhes.

A proposta da Mubadala

A oferta global da Mubadala se mantém inalterada em R$ 4,75 bilhões, caso pelo menos 34 clubes assinem o contrato. No entanto, a novidade está na inserção de um cenário parcial, no qual serão pagos R$ 4 bilhões, caso o número de clubes fique entre 18 e 33. Para que o cenário parcial se confirme, pelo menos sete dos dez clubes com maiores valores previstos precisam aceitar o acordo.

Condições do contrato

O contrato com a Mubadala só será válido se for assinado por sete dos seguintes clubes: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória. Na hipótese dos R$ 4 bilhões, o valor será pago pela investidora independentemente da quantidade de clubes a assinar a proposta.

Sinal de boa vontade

Além disso, foi incluído na proposta o pagamento de R$ 3 milhões a cada clube, como “sinal de boa vontade”. Caso os termos sejam aceitos, o valor será depositado nas contas dos clubes em até 30 dias após a assinatura da oferta vinculante.

O memorando de entendimento

O novo MOU (sigla em inglês para “memorando de entendimento”), a ser assinado pela Libra com a Mubadala, indica acordo entre duas ou mais partes, com um propósito em comum entre elas, em estágio preliminar à assinatura definitiva. O procedimento se tornou novamente necessário, para que o fundo árabe tenha exclusividade sobre a fundação da liga por iniciativa da Libra.

Mudanças contratuais

Entre as pequenas mudanças contratuais que vêm sendo discutidas desde a reunião entre cartolas, está o prazo de validade do novo acordo. Inicialmente, o Mubadala teria exclusividade por 90 dias, até que o negócio fosse concretizado. Após negociação, o período passou a 60 dias.

O Intuito dos investidores

O intuito dos investidores, ao se tornarem sócios da liga, é recuperar o investimento e lucrar no longo prazo, na medida em que receberão 20% das futuras receitas do Campeonato Brasileiro.

A reunião entre dirigentes

A reunião entre dirigentes em São Paulo, na última sexta, sacramentou a mudança no mínimo garantido a que os clubes terão direito na futura liga. Na prática, a mudança beneficia quem manteve mínimos garantidos nos contratos com a Globo, Grêmio e Palmeiras, em relação aos direitos do pay-per-view. Como outros clubes abdicaram de seus mínimos anos atrás, os valores deles são proporcionalmente mais baixos.

Alterações relevantes

Outra alteração relevante, ainda nessa linha, é que o mínimo garantido passa a valer sobre a “receita líquida” da liga, já descontados os 20% que deverão ser repassados ao Mubadala.

Conflitos entre dirigentes

No encontro entre dirigentes, houve mais uma vez antagonismo entre dirigentes de Flamengo e Palmeiras. Representantes do clube carioca voltaram a um ponto que estava dado como superado: eles queriam que o fundo árabe desse garantias de que o valor dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro não seria menor do que o atual. Caso a quantia arrecadada futuramente ficasse abaixo da presente, o Mubadala teria de cobrir a diferença.

Formação dos blocos

Para entender o estado atual das negociações pela fundação da liga, cabe recapitular o que aconteceu de mais importante – e como se formaram grupos antagônicos de dirigentes. A partir do momento em que cartolas se dividiram em grupos, começou uma corrida entre eles pela melhor proposta por parte de um investidor. A Libra conseguiu a proposta do Mubadala. O Forte Futebol, na sequência, chegou a um acordo com o fundo americano Serengeti.

A nova proposta do Mubadala

É neste ponto que a nova proposta do Mubadala cobre a vulnerabilidade da Libra. Agora, mesmo que apenas os 18 clubes que a formam atualmente confirmem a adesão, haverá o pagamento de R$ 4 bilhões – cifra muito superior à acenada pelo Serengeti aos clubes do Forte.

Conclusão

O discurso de todos os envolvidos na negociação continua a ser de que a liga deve ter todos os 40 clubes das Séries A e B. O ponto de interrogação está na possível desistência de algum investidor, Mubadala ou Serengeti, caso não haja liga de fato, mas blocos comerciais de clubes. A nova oferta da Mubadala à Libra é um passo significativo nessa direção, mas ainda há muitos detalhes a serem resolvidos antes que um acordo final possa ser alcançado.

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