O que mudou nos rivais brasileiros na Libertadores

A Libertadores retorna com expectativa alta, e seis clubes brasileiros ainda estão na disputa pelas oitavas de final. Com o intervalo de mais de dois meses, muitos adversários passaram por reformulações importantes no elenco e nos bastidores, influenciados pela movimentada janela de transferências.

Fortaleza, São Paulo, Botafogo e Palmeiras terão rivais sul-americanos com novidades, enquanto Flamengo e Internacional protagonizam um duelo nacional. As mudanças nos elencos rivais podem ser decisivas para o destino das equipes brasileiras.

Vélez Sarsfield: O novo desafio do Fortaleza

O Vélez Sarsfield não se acomodou após o fim da fase de grupos. O clube argentino buscou reforços pontuais, principalmente no setor defensivo, e tenta reverter a sequência irregular no Campeonato Argentino. Ainda fragilizado pela instabilidade técnica, o time aposta na mística da Libertadores e na experiência de parte de seu elenco.

Entre os reforços, destacam-se nomes como Lautaro Gianetti, zagueiro com passagem pela seleção olímpica, e Francisco Ortega, lateral que volta ao clube. No ataque, a chegada de Thiago Almada– emprestado após temporada na MLS – reacende as esperanças de um setor ofensivo mais criativo.

Apesar da eliminação precoce no Campeonato Argentino, o Vélez trata a Libertadores como prioridade. A torcida vive entre a empolgação da tradição continental e o receio da falta de consistência em campo. Para o Fortaleza, o desafio será conter um time argentino em reconstrução, mas motivado.

Atlético Nacional: Altos e baixos antes do São Paulo

O Atlético Nacional chega às oitavas com um clima instável. Após a boa campanha na fase de grupos, o clube colombiano viveu momentos turbulentos no segundo semestre da temporada. Trocas na comissão técnica e perdas importantes no elenco marcaram a retomada da equipe.

O técnico Pablo Repettoassumiu recentemente o comando com a missão de reformular um time que vem oscilando. A saída do meia Jarlan Barrera, um dos destaques do primeiro semestre, foi sentida. Por outro lado, chegaram atletas como o volante Nelson Palacio, ex-River Plate, e o atacante Óscar Perea, jovem promessa do futebol local.

Nos últimos jogos do Campeonato Colombiano, o Atlético Nacional mostrou dificuldades na marcação e criação — um sinal de alerta para os duelos contra o São Paulo. A adaptação dos reforços e o entrosamento sob nova direção definirão a competitividade do time na próxima fase.

LDU Quito: Reforços e foco total contra o Botafogo

A LDU de Quito, atual campeã da Copa Sul-Americana, chega embalada por um projeto ambicioso. A diretoria equatoriana aproveitou a janela para fortalecer o elenco com nomes de impacto no futebol local e regional. A base do time campeão se mantém, oferecendo solidez para enfrentar o Botafogo.

Entre os reforços mais relevantes, estão o meia José Angulo, vindo do Independiente del Valle, e o atacante argentino Lisandro Alzugaray, que se destacou no futebol boliviano. No comando técnico, o trabalho de Luis Zubeldíacontinua rendendo bons resultados, com a equipe sendo competitiva em diferentes competições.

Acostumada com a altitude de Quito e com uma defesa sólida, a LDU é reconhecida por sua força como mandante. O Botafogo, embalado por um projeto esportivo estruturado, terá como obstáculo uma equipe que cresceu após a fase de grupos e chega com confiança renovada.

Universitario: Mudanças no desafio peruano do Palmeiras

O Universitario, do Peru, rival do Palmeiras nas oitavas, realizou ajustes importantes no elenco durante a pausa. Apesar de ter feito boa campanha na fase de grupos, o time perdeu duas peças centrais: o zagueiro Williams Riveros, vendido ao futebol mexicano, e o meia Martín Pérez Guedes, lesionado.

Em resposta, o clube trouxe o experiente defensor Christian Ramos, ex-seleção peruana, e o habilidoso meia Joao Villamarín, que retorna após boa passagem na liga peruana. Sob o comando do técnico Fabián Bustos, a equipe tenta manter consistência no meio-campo e aposta na torcida como fator decisivo.

O Universitario vem de bons resultados no Clausura nacional e chega confiante. No entanto, enfrenta o Palmeiras, dono da melhor campanha da competição até aqui, o que exigirá atuações quase impecáveis para sonhar com a classificação.

Confronto brasileiro: Flamengo e Internacional se reencontram

O único embate nacional das oitavas reúne dois clubes em fase de recuperação. Flamengo e Internacional vivem ambientes distintos desde o sorteio, mas chegam com ambições semelhantes. O Flamengo aposta em um elenco estrelado e no trabalho contínuo de Tite, que busca consolidar seu sistema tático.

O Internacional, por sua vez, reforçou setores frágeis, incluindo a defesa e o ataque. A chegada de jogadores como Lucas Alario, centroavante argentino, e Vitão, que retornou ao grupo, elevou o nível do elenco. O técnico Eduardo Coudettenta reencontrar a intensidade dos melhores momentos do time.

O histórico recente dos confrontos favorece o Flamengo, mas o Internacional promete fazer da instabilidade rubro-negra um trunfo. Em duelos entre brasileiros, a imprevisibilidade costuma ser o único padrão.

Expectativa e tensão nos duelos das oitavas

As oitavas de final da Libertadores trazem uma mescla de tradição sul-americana e renovações em curso. Com reforços importantes, os rivais dos brasileiros prometem confrontos à altura da competição. Mais do que adaptações táticas, o que pode decidir os jogos será o poder de resposta de cada elenco diante das exigências da Libertadores.

Os clubes do Brasil chegam como favoritos em muitos duelos, mas não podem ignorar o crescimento e as mudanças adversárias. As equipes que souberem aproveitar melhor o tempo de preparação pós fase de grupos terão vantagem no caminho rumo ao título.