O atacante Gonzalo Tapia está perto de vestir a camisa do São Paulo. Chileno revelado pela Universidad Católica, ele passou recentemente pelo River Plate e pode ganhar nova chance sob o comando de Hernán Crespo.
Com apenas 23 anos, Tapia chega por empréstimo e carrega o rótulo de eterna promessa chilena. Agora, vive a expectativa de consolidar sua carreira no futebol brasileiro, após bom desempenho em sua última temporada no Chile.
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Ascensão na base e dificuldades nos profissionais
Gonzalo Tapia teve início de carreira promissor com a camisa da Universidad Católica. Desde cedo figurou entre os nomes mais comentados das categorias de base do futebol chileno, com participações recorrentes nas seleções menores do país. Seu talento e velocidade chamavam atenção, sobretudo ao atuar pela ponta direita.
A transição para o profissional, no entanto, foi marcada por altos e baixos. Sob o comando de Ariel Holan, o jovem atacante somou apenas 11 gols e 5 assistências em 84 partidas entre 2020 e 2023. Embora demonstrasse explosão e força física, Tapia carecia de maturidade tática e técnica para se firmar como titular.
Foi somente em 2024, sob a orientação de Tiago Nunes, que o rendimento de Tapia começou a mudar. Reposicionado como segundo atacante, atuando mais centralizado, o jogador elevou seu nível de participação ofensiva. Nesta nova função, teve liberdade para flutuar entre as linhas e explorar espaços nas costas da defesa.
Esse novo posicionamento refletiu diretamente nos números: anotou 11 gols e deu 4 assistências em 38 jogos na temporada 2024 da Universidad Católica. O desempenho o colocou no radar do River Plate, que viu potencial de revenda no jogador, mas a aposta não teve o efeito esperado na Argentina.
Passagem frustrada no River Plate
Com a temporada destacada no futebol chileno, Tapia desembarcou em Buenos Aires para defender o River Plate. A contratação foi avalizada por analistas do clube e levada ao então técnico Marcelo Gallardo. No entanto, o atacante não conseguiu se adaptar ao contexto dos Millonarios.
Na Argentina, Tapia disputou apenas sete partidas e acumulou menos de 200 minutos em campo. Não foi capaz de marcar gols ou contribuir diretamente com assistências, além de perder uma chance clara na segunda rodada do Campeonato Nacional, no Estadio Más Monumental, que marcou negativamente sua passagem.
O desempenho apagado e a limitação de vagas para estrangeiros no elenco contribuíram para sua saída. Considerado excedente para os planos de reformulação do clube, Tapia passou a ser oferecido no mercado sul-americano. Atlético Mineiro, Vitória e Athletico Paranaense fizeram sondagens, mas não chegaram a concretizar negócio.
Com o São Paulo em busca de novas peças para recompor o setor ofensivo, Hernán Crespo, em sua nova passagem pelo clube paulista, viu em Tapia um nome com perfil ideal para seu estilo de jogo, especialmente pelas lembranças positivas sob Tiago Nunes.
Adaptação ao estilo de Crespo
Hernán Crespo é conhecido por montar suas equipes com linha de três zagueiros e ataque móvel. O esquema 3-5-2 prioriza marcação alta e dois homens de frente com funções específicas: um centroavante fixo e um segundo atacante mais versátil. Gonzalo Tapia encaixa-se perfeitamente neste segundo perfil.
Na ausência de Jonathan Calleri, que se recupera de lesão, nomes como Juan Dinenno, André Silva e Ryan Francisco são candidatos à função de centroavante. Tapia, por sua vez, pode concorrer diretamente com Luciano, velho conhecido de Crespo e titular na função de segundo atacante.
A versatilidade é um trunfo a favor do chileno: além de atuar pelos lados, pode ser improvisado como referência ofensiva. Isso já foi feito por Crespo em situações anteriores, como na vitória por 3 a 1 sobre o Racing Club, pela Libertadores de 2021, quando Marquinhos e Rigoni atuaram em posições ajustadas devido a desfalques.
Sua velocidade e movimentação podem ser armas importantes para o estilo de jogo do treinador argentino, ainda mais pensando na intensidade imposta nos jogos do futebol brasileiro. Se for bem utilizado e recuperar a confiança, como ocorreu sob Tiago Nunes, Tapia tem boas chances de contribuir.
Aposta com potencial de valorização
O São Paulo acertou com Tapia via empréstimo e cláusula de compra já estabelecida. A operação representa uma aposta de custo controlado, mas com potencial retorno técnico e financeiro, sobretudo se o jogador evoluir e for negociado com o futebol europeu.
Esse modelo beneficia todas as partes: o River Plate, que mantém os direitos econômicos e evita perder o chileno sem custos; o São Paulo, que ganha um jogador adaptado ao estilo do técnico e com margem de evolução; e o próprio atleta, que vê no clube brasileiro uma vitrine.
Historicamente, Tapia será o sexto chileno a vestir oficialmente a camisa do São Paulo. Antes dele, passaram pelo clube nomes como Roberto Rojas, Claudio Maldonado e Eugenio Mena. Casos como os de Nelson Saavedra e Manuel Neira, que não chegaram a atuar, também marcaram a curiosa relação do Tricolor com jogadores do Chile.
A expectativa é que os novos ares da Barra Funda sirvam como combustível para o ressurgimento de Tapia. Se conseguir repetir o nível de performance de 2024 com a Universidad Católica e ter minutos consistentes, o atacante de 23 anos pode, enfim, deixar para trás o rótulo de promessa e se consolidar no cenário sul-americano.
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