Boca juniors atinge pior sequência sem vitórias da história

A fase do Boca Juniors atingiu um dos momentos mais sombrios de sua trajetória. A derrota por 1 a 0 para o Huracán, pela terceira rodada do Clausura argentino, ampliou a série sem vitórias para 11 jogos consecutivos.

Essa marca histórica supera as piores sequências anteriores, que datavam de 1957 e 2021, ambas com 10 partidas sem conhecer o triunfo. Agora, o clube tenta lidar com a pior crise de sua longa história.

Série negativa entra para a história do clube

A atual sequência de resultados negativos iniciou em 27 de abril, com uma derrota por 2 a 0 para o River Plate, ainda pelo Apertura argentino. Desde então, o Boca Juniors colecionou cinco derrotas e seis empates, totalizando 11 confrontos sem vencer. Esse desempenho se tornou o pior da história centenária do clube, superando os episódios anteriores de instabilidade.

Além das partidas pelo campeonato nacional, essa trajetória desastrosa inclui os compromissos do Boca pelo Mundial de Clubes. A equipe empatou em 2 a 2 com o Benfica, perdeu por 3 a 1 para o Bayern de Munique e finalizou sua participação na fase de grupos com um vexatório 1 a 1 diante do Auckland City, eliminado-o precocemente da competição, que aconteceu nos Estados Unidos. O empate contra o time semi-amador da Oceania foi interpretado como o símbolo máximo da crise.

Eliminação e confusão agravam o cenário

A instabilidade não se limitou aos campos internacionais. Antes do revés contra o Huracán, a equipe já havia amargado uma eliminação precoce na Copa Argentina. No confronto com o Atlético Tucumán, derrota por 2 a 1 e adeus ao torneio nacional. O resultado aumentou a pressão sobre o técnico Miguel Ángel Russo, que retornou ao clube recentemente em meio à turbulência.

Como se a performance esportiva já não fosse preocupante o suficiente, o jogo contra o Huracán ainda trouxe um episódio inusitado que revelou a desorganização interna. Na volta do intervalo, Miguel Merentiel entrou em campo acreditando que seguiria no jogo, mas foi surpreendido ao ver a numeração da substituição indicando sua saída para a entrada de Milton Giménez. Completamente desinformado, precisou ser avisado em campo sobre a substituição, escancarando falhas na comunicação entre comissão técnica e jogadores.

Impacto na torcida e pressão crescente

A inoperância da equipe dentro de campo começa a refletir diretamente fora dele. Nas arquibancadas da Bombonera, os torcedores expressaram de forma contundente seu descontentamento com vaias, protestos e gritos de ordem pedindo mudanças imediatas tanto na escalação como na diretoria. A crise de identidade técnica e tática tem incomodado profundamente o torcedor acostumado a disputar títulos de expressão.

Representando uma das maiores instituições do futebol sul-americano, o momento do Boca é particularmente grave não apenas pelos números, mas pela maneira como a equipe tem se comportado em campo: desorganizada, sem criatividade no ataque e totalmente vulnerável defensivamente. A ausência de liderança em campo, além da aparente falta de um plano de jogo, reforça o sentimento de desorientação.

O futuro imediato do Boca Juniors

Com partidas decisivas na sequência do Clausura e uma temporada já marcada por eliminações dolorosas, a pressão sobre Russo é intensa. O comando do Boca deve se reunir para avaliar medidas imediatas no intuito de conter a crise, que se desenha como estrutural. A reformulação do elenco, a comunicação interna e a definição de um modelo de jogo coerente se tornam urgências estratégicas.

Caso o cenário não mude rapidamente, o time corre risco de ampliar ainda mais essa estatística negativa, prejudicando não só sua posição no campeonato, como também a possibilidade de disputar torneios internacionais em 2025. O ambiente é tenso em La Bombonera, onde o peso da camisa não tem sido suficiente para reverter o atual momento.