O ABC segue acumulando empates na disputa da Série C do Campeonato Brasileiro e encontra obstáculos evidentes para avançar na tabela. No último sábado, em mais um resultado sem gols diante do Figueirense, o clube potiguar chegou ao impressionante número de 11 empates.
O número é o mais alto entre todas as quatro divisões do Brasil. Nenhuma outra equipe atingiu dígitos duplos em igualdades neste momento da temporada, o que acende o alerta em Natal: a campanha estagnada pode comprometer o objetivo de retornar para a Série B.
O que você vai ler neste artigo
O ABC e a liderança no ranking dos empates
Mesmo com boas atuações defensivas, o ABC não consegue converter jogos em vitórias. A equipe lidera isoladamente o ranking dos empates entre todas as divisões nacionais do futebol brasileiro. Na Série C, por exemplo, o trio Anápolis, Maringá e Figueirense têm no máximo sete empates, bem abaixo dos 11 do Alvinegro.
O excesso de empates tem impedido o ABC de ingressar no G8, zona que garante acesso ao mata-mata da competição. Com o tropeço recente, o clube permaneceu no meio da tabela, a quatro pontos do grupo de classificação. A falta de efetividade ofensiva, somada à uniformidade nos resultados, agrava o cenário.
Enquanto o Mais Querido soma apenas vitórias esporádicas, outros concorrentes diretos conseguem se manter em posição mais promissora justamente por conseguirem equilibrar empates e vitórias. O problema, portanto, não é apenas empatar, mas deixar escapar pontos que poderiam trazer outro panorama para a equipe.
Além disso, o clube tem encontrado dificuldades em criar chances claras, o que evidencia uma estagnação no setor criativo. A solidez defensiva, que tem contribuído para os resultados neutros, acaba sendo insuficiente quando a necessidade é pontuar alto.
Comparações com outras divisões
A situação do ABC ganha ainda mais destaque quando comparada com outros clubes de diferentes divisões. O Remo, por exemplo, aparece como o segundo colocado nesse ranking de empates, com nove, mas com desempenho bastante distinto. Na Série B, o clube paraense figura na quinta colocação, colado no G4, empatado em pontos com a Chapecoense.
O cenário de Remo e ABC evidencia que o impacto dos empates pode variar de acordo com o aproveitamento nos demais confrontos. Enquanto o Remo acumula pontuações decisivas em vitórias, o ABC deixa a desejar no aproveitamento total.
Outras equipes com alto número de empates incluem Vitória, na Série A, com oito empates, e o quarteto Amazonas, Ferroviária, Atlético Goianiense e Paysandu, na Série B, também com o mesmo número de igualdades. Porém, nenhum desses clubes apresenta os 11 empates que marcam a campanha do time potiguar.
Na Série D, mesmo os mais empatadores, como Itabirito (já eliminado) e Maranhão, nas fases decisivas, ainda estão em sete. Fica evidente, portanto, o quanto o desempenho do ABC foge à média nacional.
O oposto: o líder sem empates
A curiosidade maior da Série C está também em sua liderança. O Caxias, líder incontestável da competição até aqui, segue um caminho oposto ao do ABC. É o único clube, entre todas as divisões nacionais, que ainda não teve nenhum empate no campeonato — todos os seus resultados foram vitórias ou derrotas.
Esse tipo de campanha demonstra como resultados decisivos, ainda que com risco, trazem maior vantagem na tabela geral. Enquanto as igualdades empurram times como o ABC para o meio da classificação, clubes como Caxias, mesmo oscilando, conseguem impulsionar sua pontuação pelas vitórias somadas.
Não à toa, equipes como GE Brasil, Treze, São Luiz e Humaitá, na Série D, também ostentam campanhas com pouquíssimos empates — apenas um cada. Situação semelhante é observada entre Fluminense, Juventude e Palmeiras na Série A e Athletic-MG na Série B, todos com apenas dois empates.
Esses dados reforçam o quanto a estabilidade de empates pode ser prejudicial em uma competição equilibrada como a Série C. Ainda que evitar derrotas seja positivo em parte, a incapacidade de vencer compromete projetos de ascensão de clubes como o ABC.
O que esperar do ABC nas rodadas finais?
Restando poucas rodadas para o fim da primeira fase da Série C, o ABC precisa rever urgentemente sua postura em campo. A margem para erros é cada vez menor, e os empates já se revelaram insuficientes para garantir uma classificação ao mata-mata.
O clube precisará buscar soluções, sobretudo no setor ofensivo, para transformar os confrontos travados em placares positivos. A entrada no G8 ainda é matematicamente possível, mas requer um aproveitamento superior daqui em diante.
É essencial também manter a consistência defensiva que vem sustentando os empates. Contudo, essa base precisa de um complemento mais eficiente nas transições e nas finalizações.
Enquanto isso, o torcedor potiguar assiste, com apreensão, ao time caminhar por uma temporada marcada por igualdades. E, caso essa tendência não seja revertida, o ABC pode encerrar mais uma Série C longe de seus objetivos principais.
Leia também:
- A história da seleção brasileira de futebol
- A história do futebol brasileiro: do início ao século XXI
- Barcelona: o gigante do futebol espanhol
- Crystal Palace alcança feitos históricos na Premier League
- Flu e Galo tentam salvar honra brasileira na Sul-Americana
- Messi e Suárez fundam clube no Uruguai
- Os maiores times brasileiros da década
- Os melhores times de futebol do mundo