O clima de tensão que já tomava conta dos bastidores do Corinthians se refletiu em campo na acirrada partida contra o Bahia. Em uma noite marcada por polêmicas, VAR acionado repetidamente e decisões contestadas, o Tricolor de Aço levou a melhor em plena Neo Química Arena.
Enquanto o Bahia comemora mais uma vitória e a consolidação no G-4 do Brasileirão, o Timão vê sua crise se aprofundar. Sem vencer há um mês no campeonato, o clube paulista acumula frustrações e pressões crescentes da torcida e da cúpula alvinegra.
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Primeiro tempo insano e com interferência do VAR
Logo nos dois primeiros minutos, o Bahia já abriu o placar: Michel Araújo arriscou de longe e marcou um belo gol no canto esquerdo. A resposta do Corinthians veio rapidamente, com Rodrigo Garro finalizando após passe de Kayke, mas o gol foi anulado por toque de mão do atacante, em decisão confirmada após checagem do VAR. O lance reacendeu o debate sobre a interpretação da regra do toque, que segue sem consenso entre torcedores e especialistas.
A insistência ofensiva do Corinthians teve efeito aos 30 minutos. Após jogada aérea confusa e erros sucessivos da defesa baiana, Gui Negão acertou uma meia bicicleta para empatar. O gol passou por longa análise da arbitragem por possível impedimento, mas foi validado, para alívio da torcida alvinegra após oito minutos de paralisação.
A euforia pelo empate durou pouco. Kayky, do Bahia, recebeu na ponta, invadiu a área com velocidade e sofreu pênalti ao ser derrubado por Matheuzinho. Willian José cobrou com frieza e colocou o Bahia novamente à frente aos 36. Em menos de um tempo, o jogo já estava carregado de polêmicas, tensão e reviravoltas.
Segundo tempo com pressão e frustração corinthiana
O ritmo permaneceu intenso na etapa final, mas a partida teve menos lances controversos. O Corinthians manteve o controle da posse e finalizou mais, tentando reverter o placar. Em uma das principais oportunidades, Gustavo Henrique cabeceou com perigo, mas o goleiro Ronaldo, em noite decisiva, fez grande defesa e evitou o gol de empate.
Talles Magno entrou bem no jogo e criou boas oportunidades, demonstrando movimentação e habilidade ofensiva. Aos 29, Kayke desperdiçou uma chance clara ao não finalizar de primeira dentro da área. Pouco depois, outra chance cristalina: Talles Magno finalizou com precisão dentro da pequena área, mas novamente Ronaldo se agigantou, evitando o empate com uma defesa no reflexo.
A pressão corinthiana só aumentava nos minutos finais, com zagueiros no campo de ataque e cruzamentos constantes. Mesmo assim, a eficiência do Bahia na etapa inicial e a segurança defensiva no segundo tempo foram suficientes para assegurar os três pontos.
Situação dos times no campeonato
Com a vitória, o Bahia chegou a 33 pontos e ampliou sua sequência invicta para seis partidas, mantendo-se firme no G-4 do Brasileirão. O time de Rogério Ceni mostra consistência tática e aproveita bem as oportunidades que cria, mesmo com menor volume ofensivo do que alguns dos adversários.
No lado oposto, o Corinthians amarga a 13ª posição, estacionado nos 22 pontos. Sem vencer em casa há quase três meses, o clube acumula más atuações e segue envolvido em um ambiente político turbulento. A próxima rodada será decisiva para o time, que enfrenta o Vasco fora de casa, em confronto direto contra o rebaixamento.
Conflitos extracampo e impacto no desempenho
A partida ganhou camadas extras de tensão em razão da disputa judicial entre os clubes pelo jovem Kauê Furquim, potencial promessa envolvida em litígio. O caso atingiu diretamente a relação entre as diretorias e adicionou mais um ingrediente ao confronto, já naturalmente acirrado.
Esse cenário de instabilidade também reflete a turbulência interna vivida pelo Corinthians. A diretoria sofre forte pressão, e a equipe, mesmo com volume de jogo e boas chances criadas, demonstra dificuldade para definir as partidas. A falta de solidez defensiva e um ataque pouco eficiente aumentam o abismo entre intenção e resultado.
Destaques e números da partida
Apesar da derrota, alguns nomes se destacaram pelo Corinthians, como Rodrigo Garro, que organizou bem o meio-campo, e Talles Magno, que entrou com intensidade. Pelo lado do Bahia, além do golaço de Michel Araújo e do pênalti convertido por Willian José, o goleiro Ronaldo teve papel fundamental ao impedir, no mínimo, dois gols certos na segunda etapa.
Confira alguns dados do jogo:
- Finalizações: Corinthians 20 x 6 Bahia
- Posse de bola: Corinthians 58% x 42% Bahia
- Defesas importantes: Ronaldo (Bahia) 4 defesas decisivas
O jogo evidenciou um Corinthians combativo, mas ineficiente, diante de um Bahia cirúrgico nas chances que teve. Enquanto um reforça seu bom momento no campeonato, o outro precisa reagir rapidamente para evitar que a crise dentro e fora de campo se transforme em perigo real de rebaixamento.
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