Após décadas sem grandes conquistas, o Crystal Palace finalmente escreveu um dos capítulos mais marcantes de sua longa trajetória ao vencer o Manchester City na final da Copa da Inglaterra. O triunfo histórico garantiu ao clube a primeira grande taça de sua existência.
Fundado em 1861, o time de Londres celebrou o feito diante dos próprios torcedores e, de quebra, carimbou vaga inédita na UEFA Europa League. Uma temporada para entrar de vez no imaginário do torcedor dos Eagles.
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Conquista inesperada após temporada turbulenta
O caminho até o título não foi dos mais tranquilos. O Crystal Palace iniciou a Premier League 2024/25 com desempenho preocupante, somando apenas sete pontos nas dez primeiras rodadas. Chegou a ocupar a 17ª colocação, beirando a zona de rebaixamento. No entanto, a equipe conseguiu reagir e finalizou o campeonato em 12º lugar, com tranquilidade suficiente para focar as atenções na histórica campanha na Copa da Inglaterra.
Durante o percurso até a final, o time londrino passou por desafios como lesões, saída de peças importantes e momentos de instabilidade. Nomes como Michael Olise, que se transferiu ao Bayern de Munique, e Chalobah, que retornou ao Chelsea, foram perdas consideráveis para o elenco de Oliver Glasner. Ainda assim, o técnico austríaco conseguiu reorganizar a estrutura do time e extrair o melhor do grupo.
Entre os reforços, dois nomes se destacaram: o zagueiro Maxence Lacroix, que desembarcou do Wolfsburg e assumiu a titularidade com solidez, e Ismaila Sarr, proveniente do Marseille, fundamental pelo alto número de jogos feitos e pela entrega em campo. Com essas peças, Glasner conseguiu adaptar o estilo de jogo, apostando em um modelo mais reativo e veloz.
Campanha irretocável na Copa da Inglaterra
A trajetória do Palace até a taça foi praticamente perfeita. Foram seis vitórias em seis jogos disputados, com destaque para o impressionante aproveitamento defensivo: apenas um gol sofrido. A caminhada começou contra Stockport e Doncaster e seguiu com os triunfos diante de Millwall, Fulham e Aston Villa, antes de encarar o poderoso Manchester City.
Na final, disputada no estádio de Wembley, a equipe de Londres adotou postura conservadora, abrindo mão da posse de bola para apostar em contra-ataques rápidos. A estratégia surtiu efeito: com somente 22% de posse, os Eagles foram eficientes ao marcar com Eberechi Eze logo aos 16 minutos e resistir à enorme pressão do City.
O goleiro Dean Henderson foi determinante, com pelo menos cinco defesas difíceis, incluindo a defesa de um pênalti que poderia mudar os rumos da partida. Do outro lado do campo, Jean-Philippe Mateta se mostrou novamente decisivo ao segurar a linha ofensiva com inteligência e participar diretamente da jogada do gol.
Destaques individuais da campanha
- Eberechi Eze: autor do gol do título e grande símbolo da nova fase do clube;
- Dean Henderson: parede no gol e herói da final com intervenções cruciais;
- Jean-Philippe Mateta: artilheiro da temporada, referência no ataque;
- Ismaila Sarr: incansável, foi quem mais atuou pelo time em 24/25;
- Maxence Lacroix: segurança defensiva desde sua chegada.
Primeira aventura europeia importante
A conquista da Copa da Inglaterra trouxe uma novidade sem precedentes: a classificação do Crystal Palace para uma grande competição europeia pela primeira vez. Embora o clube já tenha disputado a extinta Copa Intertoto em 1998, essa será a estreia oficial em torneios continentais de peso.
A presença na próxima edição da UEFA Europa League marca uma virada histórica para os Eagles. Não só pelo título recente, mas por toda a trajetória de reconstrução, superação e modernização dentro e fora de campo nos últimos anos.
A participação europeia coloca o Palace em novo patamar no futebol britânico, oferecendo visibilidade, novas receitas e desafios que impulsionam ainda mais o projeto comandado por Oliver Glasner. Com um elenco cada vez mais competitivo, o clube pretende não apenas figurar entre os melhores da Inglaterra, mas também deixar sua marca no cenário internacional.
Um título para além das quatro linhas
A conquista do Palace ultrapassa os limites do gramado. É o símbolo de uma transformação lenta, rígida e visionária dentro de uma instituição que esperou mais de 160 anos para viver um momento de glória. O orgulho estampado nos rostos da torcida ao erguer o troféu em Wembley é reflexo do que significa esse momento para o clube fundado em 1861.
De time ameaçado de rebaixamento a campeão nacional e classificado para um torneio europeu de prestígio, o Crystal Palace se reinventa com méritos. A história registra agora, mais do que uma vitória, uma mudança de patamar. E para Eze, Henderson, Mateta, Sarr e seus companheiros, resta a certeza de terem marcado para sempre a trajetória do clube mais antigo ainda em atividade no futebol mundial.
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