O empate eletrizante por 3 a 3 em solo catalão deixou a semifinal entre Internazionale e Barcelona ainda mais imprevisível. O reencontro no Giuseppe Meazza, às 16h desta terça-feira, promete um duelo de alto nível técnico e emoção do início ao fim.
Com campanhas consistentes e estilos distintos, os dois times chegam ao confronto decisivo com armas táticas bem definidas. Um dos grandes protagonistas é Lamine Yamal, enquanto a Inter tenta sustentar seu longo histórico de invencibilidade em casa na Liga dos Campeões.
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Lamine Yamal e o impacto precoce
Com apenas 17 anos, Lamine Yamal tem sido peça central no esquema ofensivo do Barcelona. Atuando majoritariamente pela ponta direita, o jovem acumula 15 gols e 21 assistências na temporada — um desempenho notável para sua idade. Durante o jogo da ida, foi alvo de discussões nas entrevistas coletivas e exigiu atenção máxima de todo o setor defensivo da Inter.
Simone Inzaghi reconheceu a dificuldade em neutralizá-lo: “Na sua idade, é perigosíssimo quando tem a bola […] A velocidade de pensamento é o mais impressionante — sabe o que fazer em frações de segundo”. O treinador já adiantou uma nova tentativa de controlar o talento do camisa 27: marcação dobrada com participação de Mkhitaryan e Dimarco, enquanto Bastoni ajustará sua função para cobrir espaços deixados no setor.
Além de seu talento individual, Yamal se torna ainda mais perigoso pelo entendimento coletivo que tem com os companheiros. Mesmo sem Koundé, afastado por lesão, ele terá a companhia de Raphinha e Dani Olmo no trio final, além de Pedri e De Jong oferecendo suporte criativo no meio.
A aposta tática de Hansi Flick
O técnico alemão Hansi Flick deve manter o sistema ofensivo 3-2-2-3, baseado no tradicional WM, priorizando a construção por trás e a criação de superioridade numérica pelo centro. A ausência de laterais de origem força Flick a improvisar: Eric Garcia deverá atuar pela direita, enquanto o jovem Gerard Martín cobre o lado oposto.
Na articulação, Pedri voltará a se aproximar mais do setor ofensivo, buscando gerar desequilíbrios com passes verticais e presença próxima à área. De Jong ficará mais fixo na base, coordenando a transição defensiva. Ferrán Torres comandará o ataque, já que Lewandowski, embora relacionado, começará no banco.
Esse desenho estratégico busca proteger a vulnerabilidade nas laterais e reforçar a zona central, contra-ataque direto à armação construída pela Inter a partir da linha de zaga.
Inter confia na fortaleza de Milão
O fator casa pesa a favor dos italianos. A Inter sustenta 15 partidas de invencibilidade no Giuseppe Meazza pela Liga dos Campeões, um retrospecto que impõe respeito. Desde a derrota para o Bayern de Munique em 2022, o time milanês tem feito do estádio um verdadeiro bastião, inclusive com vitórias sobre o próprio Barcelona.
No 5-3-2 de Simone Inzaghi, o equilíbrio defensivo é absoluto. Bastoni se destaca na construção e na cobertura, enquanto Dumfries — destaque do jogo da ida com dois gols e uma assistência — volta a ser peça ofensiva determinante pelo lado direito.
O retorno de Lautaro Martínez ao time titular ao lado de Thuram garante mobilidade e presença ofensiva constante. A trinca de meio com Barella, Çalhanoglu e Mkhitaryan garante consistência na marcação e apoio ofensivo, com transições rápidas e triangulações nas laterais.
Duelo de encaixes e detalhe
O confronto desta terça tende a ser decidido nos detalhes, com duas equipes que se conhecem cada vez melhor. A Inter apostará em um jogo físico e estruturado, usando bem os corredores laterais, principalmente com Dumfries e a chegada de Bisseck. Já o Barcelona tentará escapar da pressão com criatividade e velocidade, tendo em Yamal a principal arma de desequilíbrio.
Se há uma certeza no duelo, é de que o espetáculo estará garantido. Enquanto os catalães buscam quebrar a invencibilidade da Inter em casa, os italianos tentam controlar o talento precoce de um garoto de 17 anos que parece estar pronto para tudo.
