O estilo camaleônico do Lanús na final contra o Atlético Mineiro

O Atlético Mineiro terá pela frente um adversário traiçoeiro na final da Copa Sul-Americana. Comandado por Mauricio Pellegrino, o Lanús é uma equipe que mudou bastante ao longo do ano sem perder sua essência competitiva.A versatilidade do time argentino se transformou em uma das grandes armas do treinador. O Granate chega ao confronto decisivo com apenas uma derrota em toda a campanha eliminatória.

O estilo de jogo sob Pellegrino

A chegada de Mauricio Pellegrino ao Lanús representou uma mudança de filosofia, mas com respeito ao legado defensivo anterior. O treinador argentino manteve a solidez herdada de Ricardo Zielinski, mas adicionou recursos de manutenção da posse e construção mais apoiada. A partir disso, o time passou a alternar momentos de bola curta, compassada, com agressividade em transições rápidas.Pellegrino não abriu mão do pragmatismo, mas moldou um time camaleônico. Houve jogos em que o Lanús se impôs com posse e triangulações curtas; em outros, preferiu linhas baixas e estocadas verticais. Esse pragmatismo com variação tática tornou a equipe difícil de ser lida e anulada.Durante o ano, o técnico utilizou majoritariamente o 4-2-3-1 como plataforma base. Porém, a mutação acontecia dentro do jogo: com a bola, o Granate frequentemente atuava num 3-2-2-3, empurrando lateral e recuando volante. Sem a bola, recuava para um 4-4-2, bem compacto e disciplinado.

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Caminho até a decisão

A campanha até a final é um retrato da consistência e capacidade de adaptação da equipe. O Lanús passou por adversários de diferentes perfis. No mata-mata, superou o argentino Central Córdoba, eliminou o Fluminense, atual campeão da Libertadores, e despachou a Universidad de Chile.Essa trajetória foi marcada por um equilíbrio entre defesa e ataque. Contra Zonas de pressão alta, o time soube alternar formas de saída de bola: ora com toques curtos entre defensores, ora com lançamentos longos buscando os extremos. Apenas uma derrota em toda a campanha, aliada ao bom aproveitamento como visitante, mostram que o Lanús sabe competir com gestão emocional e leitura tática.Nos confrontos em que houve maior sufoco, como diante do Fluminense, Pellegrino recorreu ao bloco médio-baixo e ao contragolpe, estratégia que se mostrou eficaz frente à posse estéril do adversário.

A versatilidade como diferencial

Pellegrino foi premiado individualmente pelo trabalho: foi eleito o melhor técnico do futebol argentino nos meses de setembro e outubro. Isso se deve muito à variedade de soluções táticas que implementou jogo após jogo.O Lanús pode se apresentar:

  • Com posse ativa, controlando o ritmo com aproximações curtas e sustentação no meio.
  • Direto e vertical, com ligação rápida da defesa ao ataque em bolas longas.
  • Fechado e reativo, competindo em intensidade e luta por segundas bolas.

Esse caráter multifacetado deixou o adversário constantemente em dúvida sobre como reagir. O treinador não fixou um modelo absoluto, mas sim adaptou o plano conforme o contexto — rival, placar e fase da temporada.

O que o Galo pode esperar

O Atlético Mineiro terá de lidar com uma equipe calejada, que alia experiência tática a uma execução coletiva bem ajustada. O Lanús oferece poucos espaços e, mesmo em cenários de menor domínio territorial, sabe ser letal em transições.Para Jorge Almirón e sua comissão, a leitura precisa das variações de Pellegrino será fundamental. Um duelo de xadrez tático se desenha, no qual cada detalhe pode fazer a diferença.Se o jogo exigir construção pausada, o Lanús se mostrará paciente. Se a partida for aberta, competirá no ritmo. Esse poder de espelhar o jogo rival e reagir estrategicamente reforça o grau de dificuldade que o Galo encontrará na final.

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