Shaqiri lidera Basel ao título suíço após sete anos de jejum

Após 12 anos longe, Xherdan Shaqiri voltou ao Basel para reescrever sua história. Sob desconfiança, deixou a Major League Soccer e aceitou o desafio de recolocar seu clube formador no topo do futebol suíço.

Aos 33 anos, brilhou como protagonista absoluto de uma campanha histórica. Com gols, assistências e liderança, comandou o fim da seca que já durava sete temporadas no St. Jakob-Park.

Retorno triunfal ao Basel

A decisão de retornar ao futebol suíço marcou um ponto de virada na carreira de Shaqiri. Depois de passagens apagadas por ligas maiores e pela MLS, o camisa 10 escolheu fechar um ciclo onde tudo começou: no Basel. A aposta se revelou certeira para ambas as partes.

Em pouco tempo, o meia reacendeu a chama da esperança no torcedor. Com atuações consistentes, ganhou a braçadeira e se firmou como pilar técnico e emocional do elenco. Sua presença em campo simbolizava a experiência aliada ao talento, o que guiou os jovens do time durante toda a campanha.

O impacto foi visível desde as primeiras rodadas, e se consolidou com números extraordinários. Ao longo da temporada, foram 17 gols convertidos — sua maior marca na carreira — e impressionantes 21 assistências, assumindo a liderança das duas estatísticas na liga.

Esse desempenho não apenas impulsionou o Basel, como também resgatou a imagem de Shaqiri como um jogador decisivo em nível nacional. Ele provou que ainda tinha muito a entregar e, mais do que isso, foi o motor de um time que voltou a sonhar.

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Quebra da hegemonia do Young Boys

Nos últimos anos, a Swiss Super League foi completamente dominada pelo Young Boys, que conquistou seis títulos nas últimas sete edições. Nesse período, o Basel viveu um jejum incômodo, vendo suas glórias sendo substituídas por reformulações instáveis.

A temporada 2024/25, no entanto, mudou esse cenário. Com três rodadas de antecedência no hexagonal final, o Basel confirmou a taça após uma goleada expressiva fora de casa sobre o Lugano, por 5 a 2. Shaqiri foi o protagonista da partida ao marcar um hat-trick em apenas nove minutos.

O título foi o 21º da história do clube, reafirmando sua posição como segundo maior vencedor da Suíça, atrás apenas do Grasshoppers com 28 conquistas. Além disso, a seca de sete temporadas foi quebrada de forma categórica, ao melhor estilo de quem quis deixar claro que estava de volta.

O feito também ficou marcado como a quarta conquista pessoal de Shaqiri na liga nacional pelo Basel, fechando um ciclo vitorioso iniciado há mais de uma década e renovado com um brilho ainda mais intenso nesta campanha.

Temporada mais produtiva da carreira

Ainda que tenha atuado por gigantes europeus como Bayern de Munique, Liverpool e Inter de Milão, Shaqiri nunca teve uma temporada tão eficiente em participação direta em gols quanto a atual. Suas 40 contribuições — 17 gols e 21 assistências — superaram com folga sua melhor marca individual anterior, registrada no Bayern, onde havia alcançado 20 participações (9 gols e 11 assistências).

Mais do que isso, a temporada no Basel serviu para mudar a percepção sobre o estilo de jogo do camisa 10. Considerado sempre um criador, dessa vez ele se mostrou também letal. Sua média de participação ofensiva por jogo consolidou-se como um diferencial técnico incontestável no campeonato.

Esse desempenho reforça sua candidatura para os principais prêmios individuais da temporada. Sem concorrentes à altura nas estatísticas, Shaqiri é o favorito a levar tanto o prêmio de melhor jogador quanto o de artilheiro e garçom da liga.

Além das estatísticas, sua relevância extravasa os números. Em momentos cruciais da competição, como no clássico contra o Servette ou no confronto direto diante do Young Boys, foi dele a jogada decisiva, o passe milimétrico ou o chute indefensável — sempre no momento certo.

Despedida simbólica em meio a uma temporada histórica

O sucesso de Shaqiri nesta temporada ganha contornos ainda mais simbólicos por ter coincidido com sua despedida da seleção suíça. O meia encerrou sua trajetória internacional após participar ininterruptamente de três Copas do Mundo e três Eurocopas, sempre sendo um nome de forte presença ofensiva em torneios principais.

Seu ano de 2024 entra para a história não apenas pelo título e pelos números expressivos, mas por consolidar uma narrativa de retorno às origens com protagonismo raramente visto no futebol atual. Jogadores que voltam à casa muitas vezes o fazem no ocaso da carreira, mas Shaqiri contrariou as expectativas.

Aos 33 anos, viveu, talvez, a fase mais vibrante de sua trajetória como atleta. E mais do que reacender sua carreira, reacendeu o orgulho de um clube que precisava de um herói para retomar o protagonismo.

Shaqiri voltou como filho pródigo e finalizou como ídolo eterno de um torcedor que voltou a sorrir.

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