O futebol, paixão nacional, pulsa forte em cada canto do Brasil, e em Santa Catarina não é diferente. O Campeonato Catarinense de Futebol, palco de grandes emoções e rivalidades acirradas, é a principal vitrine do esporte no estado. Através dele, os clubes catarinenses conquistam o direito de disputar competições em nível nacional, elevando o nome de Santa Catarina no cenário esportivo.
Organizado pela Federação Catarinense de Futebol (FCF), o Campeonato Catarinense é muito mais que um torneio; é um capítulo à parte na história do futebol brasileiro. Com quase um século de existência, a competição já coroou diversos campeões e revelou talentos que brilharam dentro e fora do país. Contudo, você conhece a trajetória completa dessa competição?
O que você vai ler neste artigo
Primeiros anos (1924–1929)
A história da regulamentação do futebol em Santa Catarina teve seu pontapé inicial em 12 de abril de 1924, com a fundação da Liga Santa Catharina de Desportos Terrestres. O palco desse importante evento foi a Rua Esteves Júnior, no centro da capital, mais precisamente no Gymnasio Catharinense, atual Colégio Catarinense. Representantes dos clubes Atlético Florianópolis, Figueirense, Internato, Trabalhista e Avaí se uniram para registrar a ata de fundação daquela que viria a se tornar a Federação Catarinense de Futebol.
Inicialmente, a entidade organizava campeonatos de diversas modalidades, como atletismo, tiro ao alvo e, claro, futebol. Luiz Alves de Souza foi o primeiro presidente da Liga Santa Catharina de Desportos Terrestres, liderando a instituição de 1924 a 1927. Em 1927, a entidade teve seu nome alterado para Federação Catarinense de Desportos.
Com o futebol se consolidando como o esporte mais popular e com o surgimento de entidades regulamentadoras específicas para cada modalidade esportiva, a Federação Catarinense de Desportos se transformou na Federação Catarinense de Futebol em 1951.
Nesse mesmo ano, clubes do interior manifestaram interesse em se filiar à FCD, como o Brasil Football Club (atual Blumenau EC) e o América, de Joinville. O Avaí, campeão da FCD, teve que disputar o título contra o campeão do interior. No entanto, o América desistiu de se filiar e o jogo decisivo entre Brasil e América não aconteceu. Diante dessa situação, a FCD decidiu homologar o título de campeão do interior ao Brasil Football Club.
Ao longo dessa década, foram realizadas seis edições da competição, e o Avaí se destacou como o maior campeão, conquistando quatro títulos (1924, 1926, 1927 e 1928), sendo três deles de forma consecutiva. O Externato também marcou seu nome ao conquistar a edição de 1925, enquanto o Caxias, de Joinville, se sagrou campeão em 1929, tornando-se o primeiro clube do interior a alcançar esse feito.
Domínio da capital e o primeiro título de Itajaí (1930–1939)
A década de 1930 marcou o surgimento de clubes que se tornariam clássicos em Santa Catarina, embora muitos deles estejam desativados atualmente. Foi também um período de forte domínio da capital, com Avaí, Figueirense e Atlético Catarinense conquistando sete das dez edições disputadas. O Figueirense se destacou como o maior campeão da década, com cinco conquistas (1932, 1935, 1936, 1937 e 1939), sendo três delas de forma consecutiva.
O primeiro título de Itajaí veio na edição de 1931, que se estendeu até 31 de janeiro de 1932. A final seria contra o Atlético Catarinense, da capital, mas o time de Florianópolis não compareceu, alegando insatisfação com o adiamento da partida decisiva em uma semana. A diretoria do Atlético, que já não estava em sintonia com a Federação Catarinense de Desportos, optou por não comparecer, e o Lauro Müller venceu por W.O. O Atlético acabou punido e o Caxias foi considerado o vice-campeão.
Em agosto de 1935, os clubes de Joinville formaram a Associação Catarinense de Desportos (ACD) e realizaram seu próprio campeonato estadual, com a participação de América, Caxias, Cruzeiro, Grêmio, Glória e São Luiz. A iniciativa refletia a insatisfação do interior com a Federação Catarinense de Desportos (FCD, hoje FCF), que, segundo os clubes do interior, beneficiava as equipes da capital nas competições estaduais.
A nova liga confirmou sua legitimidade junto à Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e representou Santa Catarina no Campeonato Brasileiro de Seleções, mas a rotina de derrotas do estado não mudou. O primeiro campeão da ACD foi o Caxias, que conquistou mais um título no ano seguinte. No último ano da disputa do interior, o título ficou com o Ypiranga, de São Francisco do Sul. Somente em 1937 a ACD se filiou à FCD, tendo seus campeonatos de 1935 e 1936 reconhecidos como citadinos e não estaduais. Em 13 de Janeiro de 1942, a ACD mudou o nome para Liga Joinvilense de Futebol (LJF).
Em 16 de abril de 1939, um time de Itajaí conquistava pela segunda vez o título do Campeonato Catarinense de Futebol (a edição era a do ano anterior). O CIP (Companhia Itajaiense de Phósforos Foot-ball Club) eliminou o Avaí na semifinal e enfrentou o Atlético São Francisco, de São Francisco do Sul, na final. A vitória por 2–0 garantiu o troféu para os itajaienses.
O interior surge ao futebol catarinense (1940–1949)
A partir de meados da década de 1940, o interior catarinense ganhou destaque no cenário futebolístico, com equipes de fora da capital se adaptando mais rapidamente à realidade do profissionalismo. Clubes como Olímpico e América se sagraram campeões catarinenses, marcando o início da força do interior no estado.
A decisão do estadual de 1942 teve como finalistas América e Avaí. No entanto, o jogo final nunca aconteceu, e o Leão da Ilha ficou com a taça por meio de um decreto. Os jogadores do time de Joinville foram impedidos de jogar pelo batalhão do exército, pois o América tinha em seu elenco atletas que faziam parte do 13º Batalhão de Caçadores. O time do Norte do estado tentou realizar a partida em outra data ou em Joinville, mas a FCF não cedeu e decretou o Avaí campeão.
A edição de 1946 não foi disputada devido à suspensão da Federação Catarinense de Desportos pela Confederação Brasileira de Desportos, que se recusou a jogar com sua seleção estadual em Curitiba pelo Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais. A Federação Catarinense ficou impedida de realizar competições oficiais por um ano. Antes do término da pena, houve o perdão da Confederação Brasileira, mas não havia tempo hábil para a disputa do campeonato estadual.
Domínio do interior (1950–1959)
A década de 1950 marcou um período de hegemonia do interior no Campeonato Catarinense, com o surgimento de equipes tradicionais no cenário estadual. Das dez edições disputadas, apenas uma foi vencida por um time da capital, em 1959, com o Paula Ramos. Joinville, por sua vez, conquistou cinco títulos nesse período.
Em 1950, o Carlos Renaux conquistou seu primeiro Campeonato Catarinense, vencendo o Figueirense em duas partidas por 1 a 0. Dois anos depois, em 1953, o Carlos Renaux conquistou o bicampeonato de forma invicta.
Em 1959, o Paula Ramos obteve a maior conquista de sua história, o campeonato estadual daquele ano. A campanha histórica do Paula Ramos ficou marcada na memória de jogadores, dirigentes e torcedores, com 33 jogos, 20 vitórias, 4 derrotas, 9 empates, 74 gols marcados e 35 gols sofridos.
O Carlos Renaux (1950 e 1953), o América (1951 e 1952), o Caxias (1954 e 1955), o Operário (1956) e o Hercílio Luz (1957 e 1958) também tiveram suas conquistas nesta década.
Criciúma desponta no cenário estadual (1960–1969)
A década de 1960 foi marcada pela ascensão de Criciúma no cenário futebolístico estadual, com o Metropol conquistando as edições de 1960, 1961, 1962, 1967 e 1969. Além do Metropol, o Comerciário (atual Criciúma) ganhou a edição de 1968. Criciúma, assim como Florianópolis e Joinville, despontava como uma potência do futebol catarinense.
Em 25 de abril de 1965, o Olímpico, de Blumenau, conquistou seu segundo título estadual, após uma campanha de 47 jogos, com 30 vitórias, 10 empates e apenas 6 derrotas.
Além destas equipes, sagraram-se campeões nesta década o Inter de Lages (1965), o SER Perdigão (1966) e o Marcílio Dias (1963). Além do título de 1963, o Marcílio Dias também foi vice-campeão em quatro ocasiões (1960, 1961, 1962 e 1967).
O surgimento dos grandes clubes e sua primeiras conquistas (1970–1979)
A década de 1970 foi crucial para a história do futebol catarinense, marcando o surgimento de grandes equipes da atualidade e suas primeiras conquistas. Com a evolução para o profissionalismo, muitas equipes pioneiras ficaram para trás, mas também surgiram imensas alegrias com o aparecimento de clubes que representam uma realidade de conquistas para os torcedores catarinenses.
Em 1976, após a fusão de Caxias e América, nasceu o Joinville Esporte Clube, que conquistou seu primeiro título estadual no mesmo ano. Além da edição de 1976, o JEC conquistou os títulos de 1978 e 1979. Já em 1977, a Associação Chapecoense de Futebol surgiu no estado, sagrando-se campeã catarinense do mesmo ano e vice-campeã do ano seguinte.
Em 1978, ocorreu um dos títulos mais polêmicos do estado. O Avaí, revoltado com um pênalti marcado a favor do Joinville, abandonou o Catarinense daquele ano. O regulamento do torneio não esclarecia o que aconteceria com os pontos das partidas que o Leão ainda iria disputar. O JEC terminou em primeiro, mas a Chapecoense considerou os pontos ganhos do jogo que não teve contra o Avaí e também se proclamou campeã. O caso foi parar no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que concedeu o título ao Joinville.
No mesmo ano, o Comerciário, de Criciúma, deixou de existir, sendo fundado posteriormente o Criciúma Esporte Clube. A ascensão destas três agremiações e o fortalecimento da dupla da capital são responsáveis pelo desempenho honroso do futebol catarinense no cenário nacional no século XXI.
Octacampeonato do Joinville (1980–1989)
Nesta década, o Joinville se consolidou como um dos principais clubes do estado. Das dez edições, seis foram conquistados pelo recém fundado JEC. Foram 8 títulos seguidos (1978–1985), sendo a única equipe octacampeã de Santa Catarina. Além do Joinville, o Criciúma foi vencedor da edição de 1986 e da edição de 1989, além de ter sido vice-campeão em quatro oportunidades. O Avaí conquistou seu décimo segundo título na edição de 1988.
No ano de 1980, o JEC começava uma façanha inédita, histórica no estado de Santa Catarina. Para isso acontecer, o Tricolor fez grandes contratações, investindo pesado com as chegadas de Jorge Luis Carneiro, Edu Antunes, Vagner Bacharel, Carlos Alberto entre outros ótimos jogadores que conquistaram o catarinense daquele ano. No ano de 1985, o JEC atingiu o auge. Na terceira fase da competição, venceu o Marcílio Dias pelo placar de 4–0 e foi até a final completando 17 jogos invictos. A decisão ocorreu no Estádio Doutor Hercílio Luz, agora por uma punição que foi aplicada tardiamente. Com o fato de ter que jogar a final fora de casa, a torcida do Joinville fez história e invadiu a cidade de Itajaí. Jogando um futebol convincente, bateu o Avaí por dois tentos a zero, com João Carlos Maringá abrindo o placar aos 45 segundos de jogo, e Paulo Egidio marcando o segundo gol no apagar das luzes, aos 45 minutos do segundo tempo. O Joinville era Octacampeão estadual, uma supremacia que poucos clubes conseguiram conquistar.
Polêmicas e rivalidades mais acirradas (1990–1999)
O Criciúma marcou a sua retomada no cenário estadual conquistando cinco edições (1990, 1991, 1993, 1995 e 1998) e sendo vice-campeão em uma (1994). O Brusque foi campeão da edição de 1992, superando os "cinco grandes" times do estado, fato que não ocorria desde 1972. O Tubarão F.C., foi vice-campeão em duas oportunidades (1997 e 1998).
Na véspera da final de 1996, que ocorreria entre Chapecoense e Joinville, marcada para o dia 13 de julho, o Joinville ficou hospedado em um hotel que ficava bem no centro da cidade de Chapecó. Durante a noite, um grupo de torcedores da Chapecoense ficou soltando fogos perto do hotel. A polícia foi chamada, dava uma volta próximo do local e, quando ia embora, os fogos retornavam. Assim seguiu durante toda a madrugada. Na manhã seguinte, o então presidente do Joinville, Vilson Florêncio, decidiu deixar Chapecó e não ir a campo, pelas condições emocionais do time e por temer pela segurança física dos seus atletas. O árbitro Dalmo Bozzano, então, declarou a Chapecoense vencedora por W.O.
O Joinville recorreu da decisão do árbitro e pediu um novo jogo, em campo neutro. Depois de batalhas judiciais, uma nova decisão foi marcada para o dia 18 de dezembro. No entanto, o duelo ocorreu no Oeste do Estado. A Chape havia perdido o primeiro jogo por 2 a 0 e precisava vencer para levar a decisão para a prorrogação. Fez 1–0 no tempo normal, com Marquito, e chegou aos 2–0 na prorrogação, com Gilmar Fontana, e ficou com a taça. Além do título, a Chapecoense também foi vice-campeã em duas edições (1991 e 1995).
O jejum de títulos no Norte do estado (2000–2009)
O Joinville chegou ao seu 12º título estadual ao vencer as edições de 2000 e 2001, após 13 anos de jejum. A primeira conquista foi em cima do Marcílio Dias, em um jogo eletrizante no Estádio Ernesto Schlemm Sobrinho. Fabinho carimbou o título aos 45 minutos do segundo tempo e fez a torcida soltar o grito que estava engatado na garganta. Em 2001, longe de casa, na cidade de Criciúma, o Tricolor levantou o bicampeonato, vencendo novamente por 2–0, como em 1987. Desta vez, Perdigão e Marlon anotaram os gols. O goleiro Marcão também foi o grande destaque desta da equipe. Logo após estas conquistas o Joinville entrou em um novo jejum de títulos que dura até os dias atuais. O Tricolor da Manchester Catarinense já está a 18 anos sem conquistar o título estadual.
Em 2007, mesmo novamente desacreditada, a Chapecoense voltou a conquistar o Campeonato Catarinense. Com uma campanha irrepreensível, o time chegou a final contra o Criciúma, vencendo o jogo de ida por 1 a 0 e empatando em 2 a 2 na cidade de Criciúma, levando seu terceiro título estadual. O título da Chapecoense na edição de 2007, foi o início da história do clube, tanto em âmbito estadual como nacional.
O Figueirense chegou ao tricampeonato estadual consolidando seu favoritismo e provando sua hegemonia no futebol catarinense. A terceira conquista consecutiva veio depois de 67 anos, feito que o transformou, também, no clube mais vezes campeão de Santa Catarina, junto com o Avaí, com 13 títulos. A vitória por 3–1, na última rodada do quadrangular final, foi contra o Guarani de Palhoça. O jogo, no Scarpelli, teve a presença de 21.324 torcedores, recorde na competição. O time do treinador Dorival Júnior em 16 jogos, venceu 8, empatou 3, perdeu 5, fez 30 gols e sofreu 19. O Criciúma e o Avaí conquistaram a edição de 2005 e edição de 2009, respectivamente. O Atlético Ibirama foi vice-campeão em duas oportunidades (2004 e 2005) e o Caxias em 2002, depois de anos de inatividade.
A superioridade dos cinco grandes (2010–2019)
Em 2011, a Chapecoense foi campeã do returno e enfrentaria o Criciúma que havia assegurado vaga nas finais pelo título da primeira etapa do Estadual. Com melhor campanha, a Chape tinha a vantagem do empate no placar agregado e o segundo jogo em casa. E precisou dela. Na ida, em Criciúma, os donos da casa venceram com um gol de Talles Cunha, que seria dispensado do clube do sul ao final do campeonato. Em Chapecó, ao tentar cortar um cruzamento, o volante Carlinhos Santos mandou para o próprio patrimônio. Está foi a quarta conquista estadual da Chapecoense.
Em 2012, depois de vencer o primeiro jogo da decisão por 3–0, na Ressacada, o Avaí venceu o Figueirense por 2–1, no Estádio Orlando Scarpelli, e se sagrou o campeão catarinense de 2012. Cléber Santana, de pênalti, e Laércio fizeram os gols da vitória da equipe comandada pelo técnico Hermerson Maria. Deretti descontou. O Figueira havia vencido o primeiro e o segundo turnos. Nas edições seguintes, o Criciúma sagrou-se campeão da edição de 2013. O Figueirense foi bicampeão estadual nas edições de 2014 e 2015. O Campeonato Catarinense de 2015 foi decidido através do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, pois o Joinville que havia ganhado a competição, estava com um jogador em situação irregular. Portanto com a punição, o Figueirense levou a vantagem do empate e ficou com o título.
Nas edições de 2016 e 2017, foi vez da Chapecoense conquistar o seu bicampeonato estadual. Em 7 de maio, se tornou pela primeira vez bicampeã do Campeonato Catarinense. Após conquistar o returno do Campeonato Catarinense de 2017, a Taça Sandro Pallaoro, ganhou a oportunidade de disputar a final contra o Avaí que foi campeão do turno. No jogo de ida, na Ressacada, a Chapecoense vence por 1–0. No jogo da volta, na Arena Condá, o Avaí devolve o placar. Como a Chapecoense tinha a melhor campanha na classificação geral, o empate dava o título a equipe de Chapecó. No ano de 2018, o Figueirense voltou a conquistar o título, batendo a Chapecoense na Arena Condá por 2–0. Esta foi a primeira final envolvendo as duas equipes. Na edição de 2019, pelo quarto ano consecutivo a Chapecoense chega a final da competição, mas acaba sendo derrotada nos pênaltis, em jogo único, no Estádio da Ressacada. Desta forma, o Avaí chega ao seu 17º título estadual.
A Chapecoense (2011, 2016 e 2017), o Figueirense (2014, 2015 e 2018) e o Avaí (2010, 2012 e 2019) foram as equipes que mais conquistaram títulos, com três conquistas cada. Além destas equipes, destaca-se o Criciúma campeão da edição de 2013 e o Joinville que foi vice-campeão em quatro oportunidades (2010, 2014, 2015 e 2016).
Troféu e premiações
O Campeonato Catarinense não tem um formato de troféu definido. Ao longo do tempo, vários modelos foram entregues aos clubes. Dentre alguns deles o que mais se repete é o que contém a fachada da Federação Catarinense de Futebol. Vários troféus transitórios também são dados aos vencedores, neles estão homenagens a pessoas de grande influência no futebol catarinense como o ex-governador Aderbal Ramos da Silva e o ex-presidente da Federação Catarinense Delfim de Pádua Peixoto Filho. Na edição de 2016, o troféu foi escolhido através de um concurso intitulado "Com a taça na mão". Três torcedores tiveram a oportunidade de desenhar uma modelo de taça, a votação aconteceu pela internet e o ganhador foi Eder Costa com 40,59%. Na edição de 2017, os troféus cedidos a equipe campeã continham uma série de homenagens as vítimas do Voo LaMia 2933. O troféu da edição de 2018, tem formato de estrela e é alusivo aos 60 anos do Supermercado Angeloni, um dos patrocinadores do Estadual. Os troféus de campeão e vice do Catarinense 2019 têm o mesmo design, sendo o destinado ao campeão dourado e o destinado ao vice-campeão prateado. Os troféus medem 68 centímetros de altura, com 30 centímetros de diâmetro, são projetados a partir de uma base de madeira, circundada por três frisos nas cores branca, verde e vermelho, representando o Estado de Santa Catarina. A partir de cima da base surgem hastes espelhadas em formato cilíndrico, que projetam a circunferência da bola de futebol na face superior dos troféus, onde está destacado o símbolo do Catarinense 2019. Nas bases há placas com o brasão da Federação Catarinense de Futebol, a marca do patrocinador e também placas com dizeres, campeão e vice-campeão.
Prêmio Top da Bola
O projeto Top da Bola é uma realização do Instituto MAPA, com apoio institucional da Federação Catarinense de Futebol e o patrocínio da Associação dos Clubes de Futebol Profissional de Santa Catarina, ganhando o caráter de premiação oficial dos melhores do Campeonato Catarinense de Futebol. O Prêmio ocorre todos os anos e premia os melhores jogadores, comissão técnica e arbitragem do Campeonato Catarinense, segundo votação de radialistas e jornalistas de Santa Catarina.
Transmissão
Por mais de duas décadas, a transmissão das edições do Campeonato Catarinense foram transmitidas pela RBS TV. Em 2006, os direitos de transmissão do Campeonato Catarinense foram adquiridos pela Record em 14 de dezembro de 2006 para os anos de 2007, 2008 e 2009, dobrando o valor que vinha sendo pago pela RBS. Surpreso com a decisão, ainda em 2007, o grupo gaúcho tentou resgatar a transmissão. Em ata de janeiro, está registrada oferta da concorrência, de R$ 1,9 milhão pelo catarinense. A proposta foi rechaçada pela assembléia da Associação de Clubes. A Record conseguiu então iniciar as transmissões.
A partir da temporada de 2009, a RBS TV voltou a transmitir o Campeonato Catarinense até o ano de 2017. No dia 7 de março de 2016, foi anunciado em Florianópolis a venda e o fechamento para a transferência de controle das operações de televisões, rádios e jornais que atuam sob a marca RBS em Santa Catarina, o que inclui as 6 emissoras da RBS TV no estado. A partir da venda, surgiu a NSC TV. A NSC TV e a Federação Catarinense de Futebol fecharam, no ano de 2018, um acordo para a renovação da transmissão, com exclusividade na televisão aberta, do Campeonato Catarinense pelos próximos quatro anos.
Cotas de televisão
O Grupo Globo, através de sua afiliada em Santa Catarina: a NSC TV, fechou o contrato de televisionamento do Campeonato Catarinense por 4 anos (2018-2021) distribuindo dessa forma o pagamento dos direitos de transmissão dos jogos:
- Avaí, Chapecoense, Criciúma, Figueirense e Joinville – 650 mil reais
- Brusque, Marcílio Dias, Hercílio Luz, Metropolitano e Atlético Tubarão – 350 mil reais
Transmissão pela internet
Em 2018, foi cancelado a transmissão do Campeonato Catarinense em emissoras de TV fechada (Pay-per-view), como houve em outros anos por meio do Premiere FC, da SporTV. Buscando alternativas e saídas para o problema, foi criado o FCPlay. O FCPLAY é dos clubes, que buscaram apoio em diversos parceiros para viabilizar a transmissão dos jogos, entre eles a Federação Catarinense de Futebol, a Associação de Clubes de Futebol Profissional de Santa Catarina, o Sindicato dos Atletas, a empresa de tecnologia Samba Tech e a Primer TV. A plataforma desenvolvida pela Samba Tech foi a solução encontrada pelos clubes para a transmissão dos seus jogos do Estadual deste ano. A primeira transmissão foi do jogo Figueirense e Concórdia. Os preços para assistir às partidas pela internet, já divulgados pela SCClubes, são R$ 39 a partida ou R$ 99 todo o campeonato.
Campeões
O Campeonato Catarinense de Futebol, ao longo de sua história, consagrou diversos clubes como campeões. A lista completa dos campeões pode ser encontrada na seção "Campeões do Campeonato Catarinense de Futebol".
Títulos por clubes
A hegemonia no Campeonato Catarinense é dividida entre alguns clubes tradicionais do estado. Avaí e Figueirense lideram o ranking de títulos, seguidos por Criciúma, Joinville e Chapecoense.
Clubes | Conquista(s) | Vice(s) |
Avaí | 19 (1924, 1926, 1927, 1928, 1930, 1942, 1943, 1944, 1945, 1973, 1975, 1988, 1997, 2009, 2010, 2012, 2019, 2021 e 2025) | 10 (1925, 1940, 1949, 1951, 1972, 1977, 1985, 1992, 1999 e 2017) |
Florianópolis Figueirense | 18 (1932, 1935, 1936, 1937, 1939, 1941, 1972, 1974, 1994, 1999, 2002, 2003, 2004, 2006, 2008, 2014, 2015 e 2018) | 7 (1950, 1975, 1979, 1983, 1984, 1993 e 2012) |
Criciúma | 12 (1968, 1986, 1989, 1990, 1991, 1993, 1995, 1998, 2005, 2013, 2023 e 2024) | 10 (1980, 1981, 1982, 1987, 1994, 2001, 2002, 2007, 2008 e 2011) |
Joinville | 12 (1976, 1978, 1979, 1980, 1981, 1982, 1983, 1984, 1985, 1987, 2000 e 2001) | 8 (1989, 1990, 1996, 2006, 2010, 2014, 2015 e 2016) |
Chapecoense | 7 (1977, 1996, 2007, 2011, 2016, 2017 e 2020) | 9 (1978, 1991, 1995, 2009, 2013, 2018, 2019, 2021 e 2025) |
América | 5 (1947, 1948, 1951, 1952 e 1971) | 4 (1942, 1943, 1953 e 1969) |
Metropol | 5 (1960, 1961, 1962, 1967 e 1969) | 1 (1965) |
Caxias | 3 (1929, 1954 e 1955) | 7 (1931, 1937, 1941, 1945, 1959, 1968 e 2003) |
Carlos Renaux | 2 (1950 e 1953) | 3 (1952, 1957 e 1958) |
Brusque | 2 (1992 e 2022) | 3 (2020, 2023 e 2024) |
Olímpico | 2 (1949 e 1964) | 1 (1970) |
Hercílio Luz | 2 (1957 e 1958) | 0 |
Marcílio Dias | 1 (1963) | 8 (1930, 1944, 1960, 1961, 1962, 1967, 1986 e 2000) |
Tubarão Tubarão FC | 1 (1970) | 3 (1954, 1997 e 1998) |
Inter de Lages | 1 (1965) | 2 (1964 e 1974) |
Paula Ramos | 1 (1959) | 1 (1948) |
Externato | 1 (1925) | 0 |
Lauro Müller | 1 (1931) | 0 |
Atlético Catarinense | 1 (1934) | 0 |
CIP | 1 (1938) | 0 |
Ypiranga | 1 (1940) | 0 |
Operário | 1 (1956) | 0 |
SER Perdigão | 1 (1966) | 0 |
Blumenau |
Perguntas frequentes
O Campeonato Catarinense de Futebol teve sua primeira edição em 1924, sendo a principal competição de futebol do estado de Santa Catarina. Através dele, são indicados os representantes catarinenses para as competições nacionais.
Desde 1972, o campeonato é dominado pelos cinco grandes clubes do estado: Avaí, Chapecoense, Criciúma, Figueirense e Joinville. As únicas exceções foram os títulos do Brusque em 1992 e 2022.
O Avaí é o maior campeão com 19 títulos, seguido pelo Figueirense com 18. Joinville e Criciúma Esporte Clube possuem 12 títulos cada, e a Chapecoense, 7 títulos.
Atualmente, a NSC TV detém os direitos de transmissão na televisão aberta até 2021. Além disso, os clubes criaram a plataforma FCPlay para transmissão de jogos via internet, oferecendo opções de pacotes por partida ou campeonato completo.