A estreia de Fernando Diniz pelo Vasco não ficou marcada apenas pela derrota. Com o revés para o Lanús, por 1 a 0, fora de casa, o time carioca chegou a nove jogos seguidos sem vencer em 2024.
O resultado também complicou as chances do clube na Sul-Americana, que agora depende de um resultado direto contra o Melgar para seguir sonhando com a classificação às oitavas.
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Atuação marcada pela dificuldade de criação
Mesmo com o novo comando de Fernando Diniz, o Vasco teve pouca efetividade em campo. Enfrentando um Lanús preparado para anular seu estilo de jogo, o Cruz-Maltino encontrou sérias dificuldades para fazer a bola fluir desde a defesa até o ataque.
A equipe argentina posicionou cinco jogadores na entrada da área vascaína para impedir a tradicional saída curta buscada pelas equipes de Diniz. Sob pressão constante, o goleiro Léo Jardim se viu obrigado a optar por tiros de meta longos, o que quebrou a ideia central da construção ofensiva.
Durante a maior parte da etapa inicial, as jogadas de ataque limitaram-se a tentativas de longa distância, como o chute com perigo de Payet. Apesar de um bom corte providencial de Luiz Gustavo, que evitou o gol de Marcelino Moreno, o primeiro tempo teve pouca inspiração ofensiva dos dois lados.
O gol do Lanús e o descontrole vascaíno
A segunda etapa começou com o Lanús imprimindo mais perigo. Walter Bou deu o primeiro aviso logo no início e, aos oito minutos, a rede balançou. Após uma jogada rápida, Salvio cruzou da direita, e Carrera aproveitou uma sobra para marcar o único gol da partida, colocando os argentinos na liderança isolada do grupo.
O Vasco não teve resposta. Tentou manter a proposta ofensiva, mas os erros persistiram. O time demonstrou nervosismo e, em meio a uma atuação marcada por oscilações, perdeu Hugo Moura por expulsão, após receber o segundo cartão amarelo.
Com um jogador a menos, a situação se agravou: a criação paralisou, e o adversário chegou a quase ampliar em cobrança de falta defendida por Léo Jardim. A instabilidade emocional, somada ao desgaste físico, decretou a incapacidade da equipe em buscar uma reação mínima.
Situação no Grupo e últimos objetivos
Com a derrota, o Vasco estacionou nos cinco pontos e caiu para a terceira colocação do grupo. O Lanús, já classificado diretamente às oitavas, lidera com tranquilidade. A briga vascaína agora se limita à disputa direta contra o Melgar, que soma sete pontos.
Na última rodada, o confronto contra os peruanos se tornou uma decisão eliminatória. Somente com a vitória, o Vasco poderá garantir a classificação à próxima fase da Sul-Americana, em busca da vaga para os play-offs contra os terceiros colocados da fase de grupos da Libertadores.
Diante desse cenário, o jogo contra o Melgar passa a ser tratado como uma espécie de final antecipada para o time de São Januário. A necessidade de vencer impõe uma postura mais agressiva e, acima de tudo, uma campanha sem margem para erros.
Desafios para Fernando Diniz
A estreia de Fernando Diniz escancarou alguns dos desafios mais urgentes que o treinador terá pela frente. O maior deles parece ser resgatar a confiança do elenco, que já acumula nove partidas sem vencer — uma marca preocupante tanto no aspecto desportivo quanto psicológico.
O estilo característico de Diniz, que preza pela saída de bola qualificada e troca de passes curta, encontrou um cenário desfavorável com o modelo de pressão alta adotado pelo Lanús. A falta de tempo para implementar suas ideias pode complicar ainda mais no curto prazo.
Além disso, o alto número de erros técnicos e a dificuldade em reagir ao placar adverso indicam uma equipe fragilizada taticamente. A expulsão de Hugo Moura ainda exigirá ajustes para o jogo decisivo da próxima semana contra o Melgar.
Com apenas um confronto restante, Diniz terá que mostrar capacidade de adaptação rápida, consciência tática e principalmente liderança para virar esse jogo fora das quatro linhas.
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