Union Saint-Gilloise é campeão belga após 90 anos

O Union Saint-Gilloise vive um momento histórico no futebol europeu. Após um longo jejum, o clube belga conquistou o título da primeira divisão nacional pela 12ª vez.

A conquista não vinha desde 1935 e marca o retorno definitivo da tradicional equipe ao protagonismo, além de garantir sua estreia na Liga dos Campeões na temporada 2025/26.

Reconquista histórica após décadas de ausência

Durante a primeira metade do século XX, o Union Saint-Gilloise foi uma força dominante na Bélgica. Seus 11 títulos nacionais conquistados até 1935 construíram uma tradição que foi perdida nas décadas seguintes, quando o clube caiu de rendimento e chegou a disputar divisões inferiores. Por quase 50 anos esteve afastado da elite, até a virada promovida a partir de 2018 com a compra por Tony Bloom, também proprietário do Brighton, da Inglaterra.

Esse processo de reconstrução culminou no retorno à primeira divisão em 2021 e, a partir daí, três temporadas consecutivas de destaque, com o clube sempre entre os líderes. Mesmo não conquistando o troféu imediato, a equipe ficou muito próxima em todas essas campanhas. Em 2023, levou a Copa da Bélgica e agora, finalmente, quebrou um ciclo de nove décadas sem vencer a liga nacional.

A campanha memorável de 2024/25 foi marcada pela consistência. Após terminar em terceiro na temporada regular com 55 pontos, o Union venceu 9 dos 10 jogos da Rodada Final e assegurou o título com três pontos de vantagem sobre o Club Brugge, atual segundo maior campeão do país.

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Juventude, investimento estratégico e diversidade

Um dos elementos centrais do sucesso recente do Union Saint-Gilloise é seu modelo de gestão baseado na descoberta e desenvolvimento de jovens talentos ao redor do mundo. O elenco campeão nacional conta com jogadores de 19 nacionalidades diferentes e uma média de idade de apenas 24,3 anos, o que demonstra o foco regenerativo da diretoria no mercado global.

Entre os destaques estão o canadense Promise David, artilheiro da equipe com 19 gols na Liga Belga e 24 no total da temporada, e o croata Franjo Ivanovic, de 21 anos, que marcou 20 vezes na temporada. A dupla se transformou em grande trunfo ofensivo. Ambos foram contratados por valores acessíveis vindos de mercados periféricos da Europa (Estônia e Croácia, respectivamente), mas ofereceram retorno imediato dentro de campo.

Além deles, o time conta com o zagueiro argentino Kevin MacAllister, irmão do meia Alexis MacAllister, do Liverpool, e com o defensor japonês Koki Machida. O ganês Mohammed Fuseini, responsável por 11 gols no campeonato, também teve papel fundamental na campanha.

Um projeto ambicioso e consolidado

O Union Saint-Gilloise não chegou ao topo por acaso. Desde sua volta à elite, participou de todas as edições da Rodada Final e sempre foi candidato ao título. Em 2021/22, liderou a temporada regular com a melhor campanha, mas teve desempenho inferior nas fases decisivas. O mesmo ocorreu em 2022/23 e 2023/24, com a equipe perdendo o título por 1 ponto nas duas ocasiões, para Royal Antwerp e Club Brugge, respectivamente.

Em paralelo, também começou a figurar com frequência nas competições continentais. Foi duas vezes eliminado nas fases preliminares da Liga dos Campeões, mas marcou presença em três temporadas seguidas de torneios da UEFA: em 2022/23 chegou às quartas de final da Liga Europa, caindo para o Bayer Leverkusen, e caiu nas oitavas da Conference na temporada seguinte.

Agora, o título belga garante pela primeira vez a presença direta na fase de grupos da Liga dos Campeões. A expectativa é de que o clube represente a Bélgica com competitividade, dando mais um passo rumo à consolidação entre as potências do país e visando se fixar no cenário europeu.

Tradição recuperada com visão de futuro

Enquanto Anderlecht e Club Brugge dominam o futebol belga há décadas, com 32 e 19 títulos respectivamente, o Union Saint-Gilloise volta a figurar entre os clubes mais vitoriosos do país. Com 12 conquistas, assume com autoridade a terceira posição histórica no ranking nacional, recuperando parte do prestígio de sua era dourada, que agora não está mais restrita ao passado.

O sucesso recente é reflexo de uma reestruturação ousada e bem executada, de um modelo de negócio que alia juventude, scout global e planejamento técnico. Mais do que um título simbólico, a conquista marca um novo ciclo competitivo de um clube que, noventa anos depois, volta com força total às páginas principais do futebol belga e europeu.

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